Paola Carosella e a galinha d’angola

Há algum tempo venho ensaiando começar uma conversa séria com vocês.
Acho que quem frequenta o DigaMaria percebe que aqui o alimento fresco tem prioridade, assim como uma cozinha prática e descomplicada. Mas venho sentindo a necessidade de aprofundarmos nossas reflexões acerca da conexão com o alimento, e, sobretudo, sobre um assunto que há pouco era cotidiano e que, em apenas duas gerações, transformou-se em tabu: a vida e a morte dos bichos que nos alimentam.

Paola Carosella e a galinha dangola no Paladar 2015

Enquanto eu adiava esse início, tentando elaborar um formato ideal que provavelmente não existe, dois eventos intimamente relacionados com essa questão me chacoalharam no último mês. O primeiro foi a publicação na Revista Menu da receita que elaborei para aproveitar até a última carninha da cabeça de um porco. O segundo, aconteceu no encerramento do Paladar, durante a palestra da Paola Carosella, que falou com lucidez sobre conexão com o alimento para uma plateia de quase 300 pessoas.

Paola Carosella e a galinha dangola no Paladar 2015

Difícil imaginar uma maneira mais didática do que a escolhida por Paola. Ela exibiu uma bandeja de isopor com filé de frango e perguntou para a plateia: “Quando vocês veem isso, vocês lembram que é isso?” — e levantou pelo pescoço uma galinha d’angola morta na véspera. Não pude ver os rostos para dizer se as pessoas ficaram muito, pouco ou nada chocadas, mas fato é que sua fala foi algumas vezes interrompida por aplausos calorosos da plateia. Ao final, Paola Carosella lançou um desafio mais ou menos nessas palavras: “Quem quer levar para casa essa galinha d’angola para aproveitá-la integralmente, dos pés à cabeça, incluindo as penas?”.

Paola Carosella e a galinha dangola no Paladar 2015

Ela não tinha concluído a frase quando, lá da última fileira, estendi meu braço, deixando claro que eu queria mais do ninguém aquela galinha (eu passei a palestra inteira me perguntando qual seria o destino dela). Só então eu soube que deveria postar no Instagram a foto da galinha pronta e que ganharia um jantar no Arturito. Saí do auditório rindo à toa e me diverti com as pessoas que me abordaram querendo ver a galinha e saber o que eu faria com ela. Mal sabiam todos, inclusive a Paola, que ela ainda teria que pegar estrada comigo para Ubatuba. Congelei a bichinha e no dia seguinte entramos as duas no ônibus, rumo a uma aventura inédita para mim: depenar uma galinha. Contarei no próximo post tudo o que aconteceu desde então, incluindo o prato finalizado e a receita.

E agora, quero saber de vocês: quem aqui já viu a avó, a mãe, a tia, enfim, alguém matando uma galinha? Quais sensações essas lembranças trazem para vocês?

é o nome que sempre é usado, porém o nome do medicamento é Citrato de Sildenafil, como já havia dito.

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32 comentários

  1. Eu vi minha avó paterna, e eu morria de pena da coitada! Minha mãe também se aventurava poucas vezes. Elas cortavam a garganta da coitada da galinha e as deixavam sangrar, minha avó com um orgulho e minha mãe com asco! Sei que consumo a carne dos animais, e nem quero pensar o que eles passam, embora tenha noção do sofrimento. Com esse seu comentário eu me redimo, compro, preparo e consumo. Não concordo com seres vivos sendo mortos, é um conflito, pode ser até filosófico, mas não é confortável. É estranho, já que temos knowledge para não precisarmos matar para nos alimentar. Se eu mesma tivesse que matar, não comeria carne.

  2. Bi Mello diz:

    Minha avó materna foi criada na fazenda/roça, no interior de Minas. Mocinha, mudou-se para Sampa com a família e nunca mais roça. Cresceu, casou-se, teve filhas que cresceram, se casaram, tiveram filhos, enfim: gente da cidade grande.
    Lembro-me bem, eu com meus 9/10 anos, em nossa casa, quando minha vó ganhou uma galinha num sorteio de nãoseioquê e intimou minha mãe a ceder o quintal para guardar e matar a galinha. Nós – 7 netos dos 5 aos 19 anos – adotamos a galinha como nosso bicho de estimação, mesmo com o alerta de mamãe que a galinha era da vovó e que seria morta e cozida. Um dia, mamãe mandou todos pequenos para o quarto e – lógico – ficamos espionando pela janela. Vovó catou a galinha e, com uma boa faca e tábua de carne – quebrou e cortou-lhe o pescoço. Com a falta de prática o serviço ficou pela metade e a galinha escapou, passando minutos correndo pelo quintal de paredes brancas, berrando, com o pescoço pendurado, esparramando sangue por tudo. Minha vó correndo atrás da galinha, minha mãe tentando ajudar, mas dando uma dura, indignada com minha avó e chateada por não ter tido opção nessa história…
    nós – inocência interrompida – chorando abraçados no quarto, caindo a ficha de muitas – muitas coisas inexplicáveis deste mundão…
    = – ((

  3. Durante muitos e muitos anos lá em casa, toda carne de porco e galinha vinham direto do quintal. Nunca acompanhei o momento em que minha avó efetivamente matava o animal, mas participei de todos os processos que vinham na sequência – mesmo que como "ouvinte". E apesar do processo ser meio chatinho, isso não me traz lembranças ruins. Pelo contrário, é sempre lembrança daquela galinhada, bacon, codorna ou o que quer que seja, preparados pela minha avó <3

    Eu não dou conta de matar nada (até porque, quando era mais nova, esses animais todos eram praticamente animais de estimação rs), então virei vegetariana. Mas acho extremamente importante ter essa consciência do que é, da onde veio, como foi feito… muito mais importante do que comer ou não carne, inclusive.

  4. Erica Sanches diz:

    Me lembro bem que quando criança, na granja próxima a minha casa vendiam-se as galinhas já mortas e limpas e também as galinhas vivas. Minha mãe, algumas vezes comprava as vivas para matá-las em casa, já que estas saíam a um preço mais acessível. Ela não gostava que nós ficássemos olhando o momento em que ela matava a bichinha, na hora em que ela torcia o pescoço da galinha ela mandava que eu e minha irmã olhássemos para o lado contrário. Mas a minha curiosidade infantil não permitiu que eu a obedecesse 100% das vezes…. e é claro que quando eu via a cena, eu não gostava nem um pouco……mas, o pior estava por vir: minha mãe obrigava eu e minha irmã a tirar as penas do animal na água quente. O que no início eu levava na brincadeira, com o passar do tempo passou a ser um suplício, eu odiava fazer aquilo. E o cheiro? Ninguém merece!! Mas, confesso que quando eu como uma carninha de frango bem preparada, nem me lembro de como aquela refeição chegou ao meu prato….

  5. Patt Baleeira diz:

    Quando criança, minha mãe matava galinha, uma época em que morávamos em sítio casa de chão batido(extremo Zona SUL), café era em coador de pano e galinha sempre fresquinha. Hoje estou com 39 anos e minha mãe com 62, moramos em um bairro mais urbanizado em SP e não matamos mais galinhas… Sinto falta desse contato com natureza e este alimento que acabava aproximando nossa família.

  6. malu ramos diz:

    Eu, meus irmãos e primos, passamos nossa infância toda (pelo menos nos Natais e Páscoa) vendo meus avós, tios e pais, matando galinhas, porcos, carneiros…. coelhos e, por nenhum momento sentíamos dó, nem remorso…. isso fazia parte da nossa vida e tudo era motivo pra muita comemoração e celebração entre a família.
    Claro, que com o passar dos anos as coisas foram se modificando. Hoje, não teria coragem de fazê-lo, mas, não trago nenhum remorso ou 'trauma'. Era bom saber de onde vinha nosso alimento, quem os preparava e como.

  7. Francisco Barcelos diz:

    Boa tarde,

    Estou pensando de fazer algo como um blog ou site de gastronomia/culinária.

    Qual o equipamento que tu usa para fotos e vídeos?

    Atenciosamente,
    Francisco Barcelos

  8. Bem, Maria…posso te dizer que eu fui mais que chacoalhada…fui esmurrada nos últimos tempos por fatos que desconhecia inclusive sobre a vida e morte nos abatedouros de porcos, de gado e galinhas. Fui além!!!! A "visão de sujeito" dos animais me torturou! Na verdade, estou em outra etapa, já…a de respeitá-los a ponto de não comê-los!!!! Li livros do Michael Pollan, livros da Alice Waters, que falam justamente sobre a fala da Paola ( indicados por ela, em uma conversa pelo FB) e a partir daí, minha vida tem sido um constante dilema. E quando ouvi a frase: " Os animais são espíritos iguais a nós, apenas em outra embalagem"…vou te dizer…me deu o golpe final!!!!! Agora, sirvo as crianças, que acostumei a comer carne, porque acho que esta é uma decisão deles e me debato entre estas questões. Ainda mais vivendo no sul, onde a cultura da carne é forte! Te digo uma coisa, amiga…tá dureza por aqui! Quanto a questões sobre honrar o alimento que se come…"esse é meu sobrenome"!!!!! Beijo, querida!

  9. Se a minha avó ver isso ela nem vai acreditar.

  10. Maria, você sabe que morro de pena de matar animais para comer, mas na infância, quando na casa de minha avó matavam galinha, ficava na fila para comer o sangue que prontamente ia para a frigideira.

  11. Adriana Elise diz:

    Apesar de não comer ovos, peixe e nem frango, a mãe era capaz de preparar pratos deliciosos com esses ingredientes.

    No início era mais trabalhoso. A galinha era comprada em uma granja na rua de cima. Escolhia-se a mais gorda. – Essas dão a melhor canja – ela dizia.

    Eu ficava sentada na escada olhando aquela cena, com um olhar de medo, misturado a admiração. Matar uma galinha é um ato de coragem e destreza. Uma torcida rápida no pescoço, o corte no local certo e pronto. O sangue era despejado em um prato que ficava logo ao lado. Um mergulho em uma bacia com água quente fazia as penas se soltarem com mais facilidade.

    Imagino que mais difícil que isso, pelo menos para ela, deveria ser descamar, limpar e temperar os peixes frescos que o Tio Toninho trazia das pescarias. Logo ele que foi o responsável por causar o horror que ela tinha a essa espécie. Na infância o Tio falava que se caso engolisse piabinhas vivas aprenderia a nadar como peixinho. Ela não aprendeu a nadar, mas começou abominar qualquer tipo de peixe, fossem eles frescos, cozidos, assados, ensopados.

    A aversão aos ovos não sei dizer como surgiu, acredito que se deu por algum tipo de analogia. Estes também não eram tolerados, mas as omeletes eram maravilhosas.

    Comida, lá em casa, simbolizava o bem-querer. Era uma maneira de saudar as visitas, acalentar quem precisasse, fortificar o afeto. As tristezas, as alegrias, tudo era refogado e transformado em amor e servido nos mais diversos pratos.

  12. Melissa diz:

    Uma das lembranças mais vívidas de infância é ver minha vó pegar a galinha que ela criava com carinho no seu galinheiro próprio, matá-la, depená-la, cozinhá-la, e ver todos satisfeitíssimos à mesa saboreando-la. Acho que isso é honrar a vida do bicho que se prestou a virar nosso alimento. E quero uma pena dela! smile emoticon

  13. Suse Portes diz:

    eu me lembro da minha avó matando as galinhas que eram criadas no quintal da sua casa. me lembro mais dela mergulhando a coitada em água fervente para então arrancar as penas, me lembro também muito desse cheiro e que não gostava dele. Também me lembro de meu avô matando um porco- (que também eram criados no quintal )ou melhor abrindo a barriga de um já depois de morto, e do cheiro para mim nada agradável. Mas são boas lembranças que hoje tem muito valor pra mim.

  14. Maria querida. Muito lindo o texto, as fotos e as reflexões, como sempre.
    Então vou tentar deixar aqui um pouquinho da minha reflexão sobre o assunto.

    Sabe que, fui boa parte da vida vegetariana, nunca consegui lidar bem com o assunto. Hoje sou bem sem vergonha. Mas desde que nasci, meu sentimento pela carne não era o que eu normalmente tenho pelo resto dos alimentos. Era um sentimento de dó ou compaixão pelo bichinho, as vezes até de nojo pela própria carne. Nada forçado. Tem gente que nasce assim, e ponto. Então imagina a minha total inabilidade e tristeza em manipular e cozinhar carne.
    Mas acho que cada um tem que ser mesmo muito feliz se alimentando e vivendo segundo o que te deixa mais feliz e é coerente com suas crenças.
    Não é esse ainda o assunto (mas já ansiosa para o próximo post), mas acho que se o a quantidade, as condições da criação dos animais e abate não fosse da forma como a demanda do consumo hoje propicia, seria mais harmônico pro meio ambiente, e infinitamente mais benéfico pra saúde.
    Conexões do que se vive, do alimento que escolhemos pra alma, pro corpo, pros olhos… fazem parte de uma construção de vida em plenitude e realização pessoal.

  15. Alan Thisted diz:

    Já matei galinhas. Da mesma forma que matei peixes, moluscos, crustáceos e plantas. Se a finalidade é alimentar, não vejo mal algum, sinto-me mais constrangido pela fome que alguns passam do que pensar se estou tirando a vida de um animal (ou planta) para me alimentar. Somos carnívoros desde os primórdios, os vegetarianos surgiram junto com a religião, então não vejo sentido trazer essa discussão às mesas e cozinhas. Pergunte para um habitante de uma aldeia onde não há nada para comer, exceto raízes, cozidas numa água suja e salobra se ele se sente constrangido em matar uma galinha d'angola para alimentar seu filho que sofre de desnutrição. A questão não deveria ser comer ou não carne, mas aproveitar melhor os recursos. Quanto às penas que sobrarem de sua galinha, faça uma almofada.
    Mais uma vez, parabéns pela iniciativa e espero conhece-la um dia em Ubatuba. Abraço!

  16. Caramba Maria!!! Que legal saber que foi você quem ganhou a galinha!!!! ahahahah que ótimo! Eu li uma matéria falando sobre a palestra dela, mas não sabia que tinha sido você a sortuda, parabéns!
    A única imagem de infância que lembro sobre matar um animal para comer foi em uma festa em uma fazenda. Eu era muito pequena e não entendia o que estava acontecendo. Lembro-me de matarem uma vaca para fazer churrasco, e eu vi tudo. Fiquei impressionada, pois não sabia o que estava acontecendo. Mas o que mais me chocou foi que a reação das pessoas, pois a vaca estava prenha. Ai foi uma discussão… lembro das crianças irem enterrar e bezerro bem pequenininho ainda. Bem, a cena ainda é clara em minha mente, mas sempre comi carne (todo tipo, praticamente). Mas confesso que hoje é mais difícil, são milhares de horas de informação no cérebro dizendo que a carne que como já vem morta, rs. Difícil explicar. Porém, sou muito a favor de aproximarmos mais da REAL natureza. Beijo querida, sou sua fã.

    1. Elma Hortolani diz:

      Olá Maria.
      Lá em casa tem muitas, inclusive da angola, mas não tenho coragem de matar, mas amo carne de galinha caipira, acompanhada de polenta, ou purê de aipim, inhame ou macarrão caseiro e tudo no fogão à lenha. Já tá dando fome.
      Abraço da sua admiradora.
      Elma

  17. Patricia diz:

    galinha caipira é tudo de bom né ?, kk ,eu adoro passar as férias da faculdade na chácara da minha tia no interior de SP , minha tia e minha mãe tem uma pratica em matar e depenar galinhas ,elas fazem uma galinhada de dar agua na boca ;
    na ultima férias de julho ,me aventurei em mandar uma penosa (galinha) pá / panela kk ,não é nem um bicho de sete cabeças não,
    estava um frio danado e ainda chovendo ,minha tia me disse que eu seria responsável por preparar o almoço naquele dia, e ela disse ainda que o prato principal seria galinha caipira feita na panela de pressão , pois bem aceitei o desafio toda experiência é valida né?
    na hora de pegar a galinha no quintal ,dei uma olhada naquele barro, falei que não ia pegar a galinha por que ia sujar os sapatos que eu estava usando na ocasião "um mocassim tipo driver",
    na hora meu primo se ofereceu pra pegar a galinha ,em menos de 2 minutos a galinha já estava ali esperando pra mim mandar ela pra panela ,fiquei ali ouvindo as instruções da minha tia de como eu iria destroncar a galinha na primeira tentativa acendi um cigarro peguei a galinha pelo pescoço e comecei a girar com bastante força soltei a galinha no chão ,certa de que eu tinha destroncado a danada ,kk
    que nada a galinha saiu correndo cambaleando meio zonza , tive que pegar e repetir o ato só que desta vez consegui lograr êxito, limpei e depenei a galinha e levei pra panela ficou uma delicia ,consegui arrancar elogios de quem mais entende do assunto minha mãe e minha tia…………….
    beijos Maria.

  18. Patricia diz:

    Bom dia Maria, galinha caipira pra mim é tudo de bom ,aquele cheirinho que sai da panela é uma delicia ,minha tia e minha mãe tem uma certa pratica neste assunto de matar e depenar uma galinha um dia desses resolvi me aventurar em fazer tal ato;
    minha tia mora no interior de SP ,e nas minhas férias da faculdade sempre vamos passar uns dias lá
    pois bem na ultima férias de julho agora passada fomos passar lá no sitio da minha tia ,estava uns dias chuvosos e frio ,bom para por em pratica algumas receitas bem gostosas ,num destes dias minha tia disse que eu ficaria responsável por preparar o almoço ,disse ainda que o prato principal tinha que ser galinha caipira na panela de pressão ,topei logo de cara;
    pois sempre tive vontade de fazer isto um dia "(matar e depenar a galinha)"
    só que estava chovendo e frio e eu falei que não ia pegar a galinha no quintal para não sujar os sapatos que eu estava usando na ocasião ,"um mocassim driver" , na mesma hora minha tia se prontificou em pegar a galinha em menos de 2 minutos a galinha estava ali próxima aos meus pés me esperando pra manda-la ,pra panela acendi um cigarro e fiquei ali ouvindo orientações e dica da minha tia,na hora que ela terminou de dar as dicas ,segurei o cigarro entre meu lábios ,peguei a galinha pelo pescoço dei uma leve torcida e comecei a girar com bastante força ,na hora que eu soltei a galinha no chão a danada saiu correndo meia zonza e cambaleando , já peguei a galinha de novo repeti todo processo desta vez logrando êxIto ,depois que eu destronquei depenei limpei a galinha
    mandei a galinha pra panela de pressão por uns 25 minutos , ficou uma delicia , eu que gosto de comer galinha caipra amei ,
    até quem intende do assunto (minha tia e minha mãe) adoraram ………………………
    Beijos Maria .

  19. concordo no respeito ao alimento, ao animal, cujas moléculas que hoje constituem seu corpo em breve ira constituir o que o digeriu… isso mesmo, será uma fusão! Só reforço, que devemos ser dignos de como tratamento esse animal durante a sua vida, e não apenas após a sua morte. Honrar o animal como ser vivo, é dar a oportunidade para ele viver sua existência, experimentar a natureza, experimentar a vida, experimentar o prazer de comer, de copular, de ter filhos e e, fim, dignamente cumprir sua função ecológica e espiritual de alimentar outro ser…

  20. Vi matarem galinha na fazenda a minha infancia inteira.
    Minha mae fazia isso com uma tranquilidade assustadora: nasceu vendo isso, cresceu vendo isso, e onde morava, ou matava a galinha, ou não comia galinha.nVivia no interior de Minas, e seguramente não tinha nada proximo onde pudesse comprar um frango congelado.
    Mais tarde, ja vivendo em BH, ela e meu pai compraram uma fazenda nesta cidade. E nesta fazenda criavamos galinhas.
    Tenho memorias incriveis desta fazenda, e este processo da galinha, era tão normal, que apesar de não me deixar confortavel, tambem não chocava!

  21. Diulza Angelica diz:

    Bom dia.Eu sou do interior de Goias,cresci entre uma fazenda e uma cidade Pirenópolis,gosto de cozinhar ja matei muitas e limpei galinhas, e ajudei a limpar muitas tripas de porco.Mais nunca fiz uma galinha de Angola,elas ficavam soltas no mato,Hoje depois do que li fico pensando o porque nunca fizemos galinha de angola.

  22. Oi Linda!! Cresci levando os frangos para a vizinha matar, pois minha mãe não fazia… eu era muito pequena…seis ou sete anos… era tudo muito normal pois crescemos cm este conceito, fazia parte da nossa vida e alimentação..adoro!!! até hoje crio galinha em meu sitio.

  23. Juliana Medeiros diz:

    Moro em Recife e viajei esse fim de semana ao interior do Ceará, Juazeiro do Norte, minha terra natal. Minha tia correu a preparar fartos almoços e o prato mais esperado foi sua galinha cabidela ou molho pardo. Criada ali mesmo em seu quintal, alimentada com milho, farelo e ração orgânica. Tem coisa mais querida saber que aquele bichnho foi criado pensando em alimentar sua familia com amor? Fui criada vendo minha mãe, minhas tias, avo e as moças que cuidavam da cozinha de vovó abatendo com todo o cuidado as galinhas que alimentariam a prole de 12 filhos, netos e agregados que chegavam ao encontro de domingo. Nunca me incomodei, pois sabia do valor daquele ritual. Sempre foi algo muito natural, na verdade o que me incomoda é o modo como as galinhas que consumimos dos supermercados são criadas e abatidas.

  24. Margarida V. Boas diz:

    Oi.Boa tarde!
    Não vejo empecilho algum em matar uma galinha e prepara-la para o almoço.Eu mesma faço isso.Acho isso normal.Fica bem + higiênico.Você prepara a seu modo.
    Abraços.

  25. Cresci em fazenda , vi muitas, muitas, muitas vezes minha mãe matando galinhas. Era uma coisa absolutamente normal para mim. Eu mesma aprendi , desde muito pequena, a depenar, limpar, cortar e preparar uma galinha caipira. Mas não era apenas galinhas que bi serem mortas. Vi porcos e vacas tbm. Meu pai matava os animais para nosso consumo, como uma coisa bem normal. E era. Ou melhor, ainda é. Nunca tive problema algum com isso. Sempre entendi q estou no topo da cadeia alimentar e matar bichos para alimentação é algo absolutamente normal.

  26. Gabriela diz:

    Ei Maria!! É uma lembrança muito gostosa da minha infancia… Meu avô em Caeté/MG sempre me chamava para vê-lo matar a galinha limpar bem por fora e por dentro para que minha avó, mais tarde minha tia, pudesse prepará-la…

  27. Hi Maria,
    Yeah, I ‘ve seen my aunt killing chickens at the kitchen sink..She use to held the wings in one hand, pull the head back and decently cut its neck to bleed..Being a child it was a surprise for me to see her doing that for the first time…But slowly it became a part of life

  28. eu cresce na roça vendo mãe amigas irma matando galinha eu e minha irma corria atras das galinhas quando pegava eu mandava minha irma destroncar ela matava no quintal mesmo hoje moro na cidade não vi mais isso teve um dia paguei uma menina pra fazer um vídeo ela matando uma galinha pra mim relembrar o tempo de roça

    1. Obrigada por compartilhar suas memórias conosco, Anísio. :)

  29. A minha filha que tem neste momento 19 anos, é vegetariana !
    Este facto tem vindo a preocupar-me, embora compreenda e até seja solidário com com os seus princípios.
    Hoje, temos variedade de carne disponível nos supermercados, já vem cortada, isenta de sangue, devidamente acondicionadas em embalagens apelativas. Sabemos contudo que estes animais sofreram grandes maldades ao longo do seu curto tempo de vida, geralmente confinados, privados de socialização, forçados a comer e a reproduzirem-se á pressa. Se pensamos um pouco sobre a sua triste condição, não deixamos de ficar perturbados, já que ao consumirmos este animais estamos a contribuir para a perpetuação de tão impiedoso tratamento.
    Compreendo bem a minha filha.
    Mas na verdade, nós seres humanos somos omnívoros, não somos portanto nem carnívoros, nem herbívoros, a nossa estrutura de dentição não engana.
    Sabemos hoje até que há uma impossibilidade, o ser humano necessita de carne para viver, pois nem os ovos nem o leite a substituem. Os vegetarianos bem informados tratam se suprir a carência de forma artificial da tal proteína que só se encontra na carne, contudo a quantidade de carne que necessitamos é consideravelmente inferior aos padrões actuais de consumo.
    Bem, mas então a alternativa ao padrão de consumo actual que condena em massa outros seres vivos a uma escravatura sofredora e impiedosa é o vegetarianismo?
    Creio que solução passa pelo vegetarianismo, mas sem rejeitar a carne para níveis estritamente necessários e de animais que foram respeitados na sua dignidade. Os animais de quinta são de facto os se enquadram nesta ideia. Para tal devemos proceder como os novos antepassados faziam, produzindo parte da sua própria alimentação.
    Este aspecto é importante porque:
    1- A produção dos próprios animais vai incentivar o respeito e garantir e o seu bem estar.
    Há tribos contemporâneas que antes de tirar a vida ao animal, fazem um ritual mostrando respeito, a sua morte não é encarda de ânimo leve.
    2- O aumento do consumo de vegetais e com acentuada redução na procura de carne nos supermercados obrigará a repensar toda a base do negócio agro-pecuário, induzindo o surgimento de produtores mais em consonância com os valores que defendemos
    3- A auto-produção permitirá ao agregado maior autonomia alimentar, contrariando a tendência actual do sistema para a dependência.
    4- obtenção de alimentos mais saborosos e isentos de químicos,
    5- A auto-produção poderá atenuar o efeito da economia global reduzindo deslocações. (é impressionante a quantidade de viagens feita por navios e aviões no transporte de alimentos)

    Assim a auto-produção poderá ser a solução e é o que tenho vindo
    a desenvolver, embora ainda a uma escala reduzida.

    Há cerca de três anos que sou arrendatário de uma pequena horta localizada perto de casa. Neste momento além de produzir vegetais também produzo galinhas (mais recentemente).
    No que respeita ás aves, além do capoeiro, construí uma cerca exterior abrangendo um pequeno prado onde as galinhas poderão estar. O objectivo será a produção de ovos, a reprodução e parte para consumo de carne. Bem sei que parte das aves irão ser mortas, mas enquanto não forem escolhidas para tal, serão bem alimentadas, terão espaço, poderão socializar-se, espolinhar-se no chão e ao sol, comer minhocas, terão oportunidade de se reproduzir e ter crias.
    Não é nada de revolucionário, até poderão achar simplório, nem sei muito bem porque deixo este comentário, mas neste momento acredito mais nos pequenos gestos do que cada um de nós poderá fazer em consciência do que em grandes discursos políticos.

    Pedro

    1. Concordo com esse caminho, Pedro. E como nem todos têm a oportunidade de criar/plantar eu próprio alimento – como felizmente nós temos em alguma escala -, precisamos incentivar os pequenos produtores e o consumo de sua produção. :)

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