Fui convidada para um casamento em Campo Lindo, perto de BH. Bastava ir e voltar, mas tenho dificuldade em emitir passagem para um destino e não desdobrar a viagem. Bastou uma olhadinha no mapa para o casório abrir seus braços e apontar para Inhotim e Belo Horizonte.
Brumadinho e Inhotim
A hospedagem inicial foi em Brumadinho, em um chalé via AirBnb, cujo banheiro arrebatou meu coração. Miquinhos nos davam bom dia enquanto tomávamos um café da manhã mineiro em meio à mata.
Banheiro com teto de vidro. Imaginem tomar banho vendo árvores e estrelas… O vestido que escolhi para o casamento terminou de desamassar pendurado na janela, pegando o vapor do banho.
Os miquinhos, na porta de casa, comendo caqui. <3
Alimentados, seguíamos de carro até Inhotim, um complexo museológico de arte contemporânea, cercado por uma natureza deslumbrante. Foram dois dias de imersão, com belas caminhadas. Esse é o mínimo necessário para visitar todas as obras. As que mais mexeram comigo foram o Sonic Pavilion, de Doug Aitken, e Forty part motet, de Janet Cardiff, ambas instalações sonoras. Visitem Inhotim!
Ao entrarmos nessa obra envidraçada, nos víamos distorcidos em um dos lados e, noutro, íamos desaparecendo em meio à paisagem.
BH
Uma vez em beagá, escolhi um hotel que estava em esquema soft opening. É sempre bom desfrutar de uma ótima localização e de um quarto espaçoso e confortável por preço ultra amigável.
O acolhimento mineiro se fez presente no mundo real e no virtual: a amiga Helena, cujos laços estreitaram-se graças ao blog, me convidou para almoçar em sua casa. Eu não poderia imaginar o banquete que me aguardava. Teve linguiça na chapa, lasca de polvilho, queijo curado e maturado. Porco assado, molho picante de jaboticaba, farofa com manteiga de garrafa. Cerveja local e sobremesa de cachaça de banana. Para fechar ela me disse que havia sido difícil montar o cardápio sem consultar o DigaMaria, mas ela precisava me mostrar como o blog a incentivara a cozinhar. Saí emocionada e imensamente agradecida à Helena e ao caminho que se abriu e que decidi trilhar há uma década atrás.
Houve também o acolhimento virtual. Eduardo Tristão Girão, jornalista gastronômico que sigo nas redes, deu-me as boas-vindas pelo Instagram quando anunciei meu primeiro dia em beagá. Agradeci dizendo que dicas eram bem-vindas e a graciosidade mineira veio inbox, com sugestões de onde comprar queijos e locais para comer bem na capital. Não deu para fazer tudo, mas repasso aqui os dois lugares que fui e amei.
O primeiro chama-se Néctar do Cerrado e fica no Mercado do Cruzeiro. Imaginem uma loja pequenina recheada de queijos mineiros para todos os gostos. É exatamente isso. Tem requeijão em barra, clarinho ou com raspas do tacho, tem queijo frescal de vaca e de cabra, queijos curados e maturados de diversos fornecedores das regiões mineiras, peças maiores e menores, inteiras e aos pedaços. Várias provinhas para entendermos do que se trata e explicações para todas as indagações. Nas prateleiras também há espaço para temperos e conservas, café e outras preciosidades de Minas Gerais.
Comprei esse do meio, na parte debaixo da foto, um queijo de cabra curado. Para minha surpresa, usei-o em uma massa com abobrinha que temperei com óleo de pequi e a combinação desses dois sabores fortes ficou divina.
Esse queijo com rendinha, amanteigado, também veio na mala. Ainda não provei.
Foram algumas recomendações de restaurantes para uma única noite livre. Todos eram muitos elogiados nas redes, então escolhi o mais barato. Para mim, há muito valor em quem se propõe a fazer comida de qualidade e acessível. E a escolha foi execelente: Bitaca da Leste, um pequenino e descolado restaurante, a cerca de 20 minutos de carro da Savassi. A trilha sonora vem de uma vitrola, cujos LPs podem ser escolhidos e trocados pelos clientes. Uma boa variedade de chopes e cervejas artesanais produzidos em Minas integram o cardápio do dia.
Estávamos em dois. Comemos uma entrada cada, dois chopes, uma cerveja e dividimos um principal grande. Ficamos muito felizes com todos os sabores e conjugações, com o ambiente, com o serviço e com a conta que, no total, deu R$100.
A dica unânime é ir ao Mercado Central, mas foi o Marcelo, marido da Letícia Massula, que me falou da empadinha de jiló vendida lá. Quando finalmente encontrei o Ponto da Empada, parei para fazer uma boquinha antes do almoço, mas as empadas estavam tão boas, que o aperitivo virou refeição. E mesmo quem não gostava de jiló, provou e se amarrou. De sobremesa, empada Romeu e Julieta, imperdível na terra do queijo e da goiabada.
Foi uma semana intensa e diversificada, com muito torresmo e cerveja, muita caminhada e cultura. Voltei para casa com queijos na mala e um sentimento bom, pela multiplicidade cultural deste nosso país e pelas pessoas generosas, abundantes por aqui.
A todos que de alguma forma participaram dessa viagem, agradeço a companhia. Foi um prazer. :)
Para te ajudar nesta função, já foram 65 milhões de prescrições do .
Amei!! Parabéns pelo blog maravilhoso!
Obrigada, querida! Bem-vinda. :)
Nossa, Mariaaaaaaa!!!!!
Fiquei muito emocionada com seu texto!!!
Queria que você soubesse que eu, Clara e André adoramos a vinda de vocês e desejamos muitos outros encontros!!!!
Viva, viva e viva!!!
Muitos beijos e muitos abraços!!!
<3
Usei as palavras que tinha, mas elas certamente não alcançam a dimensão do que senti.
que lindo post, Maria!!!! Deu muita vontade de ir a Inhotim seguindo suas dicas!
Vá! Essa viagem vale muito.
Adorei o texto, Maria!
Reconheci algumas fotos, como se estivesse presente no local…
É ótimo viajar com você neste blog.
bjos
Que alegria conseguir propiciar essa experiência para você, Victor. É realmente um prazer. ;)
melhor estado! melhores comidas e melhores pessoas!
;D
Gostei demais deste site, as postagens são muito boas. Parabéns pelo excelente trabalho.
Obrigada. E bem-vinda!