Há épocas nas quais esqueço de comer carne vermelha. O congelador esvazia, nos restaurantes daqui o pedido é sempre peixe ou frutos do mar e o açougue raramente cruza o meu caminho. Era nesse momento que eu me encontrava – de total e despretensioso esquecimento – quando cruzei a seção de carnes no supermercado. Meu olhar se deteve fixamente enquanto o cérebro examinava o que via e fazia minha boca salivar. E eu, a observar tudo aquilo acontecendo em poucos segundos, reconheci a saudade; uma saudade latente, que agora exibia toda sua fúria e urgência. Ainda salivando, e com um sorriso astuto no olhar, me dirigi ao açougueiro. A cada pedido entregue, ele me consultava se eu queria algo mais, e escutava de volta: sim. hambúrguer em crosta de pimenta
Fiquei tão absorta que sequer lembrei que estava a pé. Voltei pra casa com sacolas nas duas mãos, cheias de produtos que planejei comprar e carnes que jamais entraram na lista: alcatra moída, rabo de boi, bife de fígado e músculo picado. Foram mais de 2 Km carregando peso, mas cheguei em casa feliz e faminta por um bife de hambúrguer mal passado. Para acompanhar, dispensei carboidratos e salteei na manteiga tiras de cenoura e chuchu, para comer al dente, temperadas com uma pitada de sal, salsinha e manjericão. Misturado à carne moída: nada. Era carne mesmo que eu queria, só ela, seu sangue e gordura. Por fora, para intensificar o momento, muita pimenta moída na hora e levemente prensada em ambos os lados do bife de hambúrguer. Um fio de óleo na frigideira e uma pitada de sal no bife. Almoço pronto. E a saudade se esvaiu a cada garfada, dando lugar ao prazer da saciedade pelo alimento ingerido, pelo desejo atendido, pela alma acalentada.
Para preparar o hambúrguer em crosta de pimenta, peça ao açougueiro para moer uma única vez a alcatra, ou outro corte de sua preferência. Modele um bife do tamanho da sua fome, moa por cima um mix de pimentas e com a palma da mão pressione suavemente. Vire o bife de hambúrguer e repita.
Aqueça uma frigideira em fogo médio, coloque um fio de óleo e frite o hambúrguer até dourar. Vire o bife, salpique sal e aguarde a outra superfície dourar.
Sirva em seguida com o acompanhamento que preferir.
Na bula do publicada no site da Anvisa, a empresa farmacêutica informa que um comprimido de 50 mg deve ser tomado em até uma hora antes da relação sexual.
Hummm adorei a receita. Básica e claro que me deu água na boca. Ainda mais essa hora. Obrigada por compartilhar.
Às ordens, Amanda! ;)
hmmmm Méri, minha dieta low-carb agradece!
=*
É um prazer colaborar, Dê! ;*
Hummmmm, que delícia.
O prazer dos sabores simples e marcantes. Ultimamente tenho dispensado comer nos lancheiros normais da cidade, sendo que há muito já dispenso os lanches do palhaço. Esse seu hamburguer veio preencher uma lacuna… quase me afoguei com tanta água na boca, imaginando-o puro, com legumes, ou num pãozinho fresco com gergelim, cebola caramelizada no shoyu e um bom queijo amarelo de qualidade derretendo abusada e sensualmente mente por cima. Ô fome, por que devoras por dentro à mim, que comi à tempo insuficiente para vê-la de volta? Tenhais paciência, que de ti logo tratarei com carinho…
Já vi que o post inspirou você, Marcelo. Gostei. :)
E como inspirou! Tanto que até saiu um verso "no repente". Abraços pra você e pro Antonio.
Obrigada, Marcelo! :)
Me lembrou as narrativas do filme Julie e Julia…pura poesia! Lindo, lindo, lindo!
Bjus.
<3
Delícia!!!
Concordo, Vanilda. ;)
Adorei!! Super me identifiquei, inclusive com o "sequer lembrei que estava a pé"… rs
Beijo!
ahaha É sempre bom saber que não sou a única! ;**
Salivando ate as orelhas….
Adorei! :)
lindos hamburguers