Dia desses, durante uma conversa imaginária, uma amiga perguntou quais eram meus sentimentos por determinada pessoa. Amor – pensei, e logo estranhei minha resposta. Seria possível esse nobre sentimento por alguém que conheço tão pouco?
A indagação transportou o pensamento para os primeiros namoros que tive. Naquele tempo, lidávamos com o amor como se ele fosse raro. Havia um melindroso caminho a ser percorrido entre o “gosto muito de você”, o “eu te adoro” e o “te amo”, que muitas vezes ficava semanas – ou meses! – engasgado na garganta e nas fantasias. Declarar amor por alguém era coisa muito séria e que demandava cautela.
Coração de queijo no palito. Receita aqui.
Com a maturidade, explicitar o amor tornou-se mais natural. Às vezes, uma semana é o suficiente para percebermos, e naturalmente dizermos, que o amor está ali. Mas creio que, somente após a separação, compreendi que o amor, apesar de precioso, não é raro.
Quando o casamento chegou ao fim, ainda havia muito amor. Talvez minha expectativa fosse vê-lo esmaecer com o passar dos dias, mas o que se seguiu foi muito mais belo: o amor mudou de lugar. Aos poucos, e à medida que eu me livrava do sentimento de posse, aquele amor ia se descortinando em forma de querer bem. (E o que é o amor, senão uma imensidão de bem querer?!)
É provável que tenha sido a partir desse momento que passei a observar quanto amor permeava meu dia a dia: amigos, irmãs, pais, gato Juju, os temperos da horta, as flores do jasmim, os momentos de mar, a contemplação do pôr do sol. A lagarta construindo seu casulo, o cuidar do tomateiro que sofre quando chove muito, a noite estrelada que me abraça enquanto eu coloco o lixo para fora.
Tal qual um sorriso no rosto que promove outros ao redor, assim também foi com todo esse amor. Durante um jogo de copa do mundo, saí com minha irmã e uma amiga recente dela. Eu a havia visto uma única vez e não percebera qualquer empatia. Mas naquela segunda chance, envolvida pela emoção do patriotismo e da cerveja, ela transformou-se em uma criatura extremamente interessante, bem ali, diante dos meus olhos. Bastaram outros dois jogos do Brasil para nos tornarmos amigas de infância.
Poucos meses depois, fui convidada para preparar a comida na celebração do seu casamento. Aceitei, claro, e enquanto conversávamos sobre o cardápio, soube que o vestido da cerimônia ainda não estava definido. Ofereci o meu. Foi encantamento à primeira vista e ponderação à segunda, afinal, a noiva que usou aquele vestido, era agora uma mulher divorciada. Disse que ficasse à vontade para decidir e ofereci um passeio pelo meu álbum de casamento. Sentamos juntas na cama, e contemplamos as fotos, que verbalmente eu ia legendando. Quanta alegria vimos naquelas páginas! E tantas mudanças depois, elas continuavam leves. Ganhei um forte abraço da amiga, que saiu com o vestido no braço.
A festa do casamento dela durou dez horas, entre uma tarde na piscina com aperitivos e espumante, e o jantar que a seguiu. Cozinhei para pessoas que até então não conhecia, mas que, naquele dia, através do poder da comida, foram pessoas muito próximas. Quando a noiva entrou no salão, com seu sorriso radiante e o vestido que eu tinha escolhido a dedo, seu rodopiar de saia branca a dançar no ar, envolveram a atmosfera daquele instante. E durante alguns segundos eternos, todas as minhas células vivenciaram aquele amor, fluido, transformado e em transformação; pleno do que foi, do que é, e do que será.
De lá para cá várias outras opções de remédios entraram no mercado como uma alternativa ao azulzinho, confira aqui um manual completo de como funciona o desde o momento da escolha até quais resultados esperar.
Lindo reflexo da vivencia do que foi e esta sendo MARY. A vida do dia a dia refletida no ontem e na maravilha do amanha.
Bju grande.
Madah
<3
"Não se afobe não, que nada é pra já… amores serão sempre amáveis…" Bom dia linda, me fez bem ler seu post hoje e lembrar de uma das músicas que mais gosto na vida! <3
Maria querida,
Ontem, a última coisa que li foi seu post.
Hoje, acordei com essa música na cabeça (me peguei cantando ao ir dar aula): https://www.youtube.com/watch?v=zJmBwO9Fh-k
Amor verdadeiro expande além dos amantes, contagia, cresce e toma conta de tudo ao redor. Tamanho brilho não cabe numa alcova, lacrada prisão… Não, há de querer janelas e portas abertas, mesas fartas com gente ao redor, flores, cheiros, luares etc etc etc
AMOR,AMORES,RIQUEZAS QUE CONTEMPLAMOS SEM SABER ONDE E ATÉ ONDE VAMOS
CONVIVER COM ELA.O DEUS INFINITO NOS ENSINA QUE O MAIOR AMOR É AQUELE QUE NOS
FAZ QUERER AMAR AINDA MAIS E COMPARTILHAR ESTE AMOR VERDADEIRO.
A FELICIDADE NOS DEIXA LIVRES E ENCANTADOS PARA AMARMOS INFINITAMENTE.
O AMOR NOS ENGRANDECE E FAZ COM QUE TENHAMOS ATITUDES QUE SÃO VERDADEIROS
REMÉDIOS PARA A ALMA,
PARABÉNS PELA SUA ATITUDE DE OFERECER SEU VESTIDO,DESAPEGO É UM IMENSO AMOR AO PRÓXIMO.
ANA MARIA
Que texto lindo! Quanta delicadeza, quanta sinceridade.
Texto lindo mesmo! Com o tempo a gente percebe que amor está em todos os lugares e se manifesta de várias formas. A gente, quando cozinha, coloca amor no prato das pessoas, né?
Muita energia amorosa para você!
Maria,
Você conseguiu marejar meus olhos. Uma palavra? Gratidão <3
arrasou!
lindo, delicado, sensibilíssimo!
Me apaixonei. :)
Que lindo! Que suave e que intenso, ao mesmo tempo. Adorei imaginar e incorporar essas emoções tão especiais. Obrigada por compartilhar tudo isso, por abrir teu coração grande e acolhedor para nós.